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A TRIBO DO ZÉ

No princípio, Lourenço de Bem criou o Zé. Era o Zé uma representação da figura humana do artista esculpida em aço, arame e papel machê.

 

 

Passados alguns dias, o artista percebeu no Zé certa solidão que se alargava com o passar dos dias. Isso refletiu direto no coração dele e foi o bastante para colocá-lo prontamente disposto a esculpir os demais integrantes que viriam formar o grupo, os companheiros do Zé.

 

Surgem, a partir daí, as esposas, os filhos, parentes, etc. E, desde então, essa família cresceu até tornar-se a Tribo do Zé. 

 

Embora seja Zé o protagonista deste clã (talvez pelo perfil de líder adquirido), o artista buscou dar configurações, movimentos e expressões únicas a cada novo integrante da tribo, cujos indivíduos possuem idades, gêneros, histórias, laços e personalidades próprias.

 

Isto é, cada peça é única em feição e identidade – atribuições, aliás, percebidas pelo espectador , onde um ou outro pode observar com mais afinco aquele integrante da tribo com o qual mais se identifica, por alguma razão ou subjetividade.

 

 

Lourenço de Bem buscou demonstrar a relação social entre os indivíduos de um grupo que se forma, seja pelos laços sanguíneos ou por afinidades.

 

Trata-se também das relações entre todos ou de um para com o outro, mas, sem, necessariamente, abordar quesitos de caráter socialmente aceitos ou com ênfase na raça, idade, gênero.

 

O artista consegue, neste trabalho, evidenciar todos estes e outros detalhes através da sutileza dos gestos e expressões, além da forma como agrupou os indivíduos da Tribo do Zé - algo claramente perceptível aos olhos e sensibilidade dos observadores.

 

Assim, um dos pontos altos dessa tribo é exatamente perceber como encontra-se posicionado cada indivíduo diante de outro e, deste modo, como se comporta individual e socialmente aquele grupo.

 

Nas instalações do artista, cada indivíduo se posiciona de modo a apresentar o clã que se agrupa para proteger e dar respaldo aos seus membros. Deste modo, o clã viria ressaltar o vínculo de hierarquia, suas diferenças, os graus de parentesco e de afetividade entre os mesmos. 

 

A Tribo do Zé foi convidada a participar de algumas exposições em Brasília e em outros Estados – dentre eles, Goiás, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo – onde ganhou popularidade e o apreço de muitos espectadores.

 

Muitas peças desse clã tomaram seus rumos, mas, há atualmente algumas delas ainda expostas no Ateliê Lourenço de Bem, local onde o artista celebra aulas de pintura, desenho, escultura, além de frequentes workshops, oficinas, cursos, eventos diversos relacionados às artes, em geral.

 

Eventualmente, Lourenço de Bem realiza oficinas de escultura com papel machê, onde não só a técnica desenvolvida pelo artista é lecionada, mas também é trabalhada a criatividade dos participantes que podem desenvolver, a partir dessas oficinas, os mais diversos projetos com esculturas. Os interessados nesta oficina podem obter mais informações pelos telefones (61) 9161-8838 e (61) 3546-6822.  

 

Fotos e Texto: Renata Coli

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